Toda solução gera um novo problema!
Esse é o ciclo vicioso que temos sustentado e que por sua vez, tem sustentado o sistema que nos sustenta, metaciclovicioso.
Ainda criança, às segundas, ia para escola de carona com a vizinha que escutava na rádio um programa onde o patrocinador era anunciado com uma voz engraçadíssima que dizia assim: “acordou passando mal depois do domingão? comeu demais? Exagerou na caipirinha? Tome epocler!”
E então pensava: se passou mal porque comeu demais e exagerou na bebida, não seria melhor comer e beber menos???
Quando compartilhei meu pensamento com um adulto, ele me disse: “mas essa é a graça da vida! (será que entendi...comer e beber demais, passar mal e tomar remédio é a graça da vida?!)”.
A resposta foi uma grande pista para pensar que então o problema era anterior a esbornia; a questão agora era entender o porque a vida é tão sem graça.
Conversei com alguns adultos sobre minha nova investigação e a síntese das respostas foi: “você quer pensar o impensável”.
Hoje sou adulta e consigo entender a desconexão com a “graça” da vida, e entender que essa desconexão tem nos levado a um ciclo de destruição.
Para cada problema uma solução que causa outro problema que precisa de outra solução, e a pergunta é: até quando vamos viver nesse ciclo vicioso?
E a resposta, arrisco dizer, já sabemos desde criança: até termos coragem de pensar o impensável!
Ninguém precisa ser contra antibióticos, remédios psiquiátricos, cirurgias, vacinas, assim como esbornias, drogas, álcool, para entender que são remédios que não curam, e que na sua máxima eficiência, disfarçam ou até acabam com os sintomas, mas não com a doença.
Os remédios podem ser aliados à cura, dando tempo e possibilidade para que a pessoa possa entrar em contato com a doença e viver seu caminho de cura.
A cura é o efeito de um caminho.
Muitos estão ávidos por uma vacina que previna a covid19, mas ela não será a cura da doença.
Caso seja eficiente, a vacina poderá nos dar tempo para olharmos a doença social humana que tem causado tanto desequilíbrio em nosso meio ambiente gerando esse estado pandêmico.
Mas a vacina não irá despoluir o ar, nem tirar o veneno dos alimentos, nem manter as águas limpas, nem nos obrigar a rever nossos valores sociais, nem nos tornar éticos, muito menos dar graça a vida.
Tomar vacina e voltar tudo o que era antes é continuar alimentando a doença em direção a tragédia que vem sendo anunciada desde que o ser humano acreditou ser dono da terra e da Terra.
Vamos seguir remediando ao invés de pensar o impensável?
O impensável é a criação de um outro modo dos seres humanos estarem na terra e no planeta.
A mente que criou a doença NÃO pode criar a cura.
É necessário que surja uma outra mente, que possa pensar, sentir e agir de outro modo, que nos abra para integração das polaridades, para relações amigáveis, para a percepção do valor de toda vida, para consciência que a vida acontece em rede, em relação.
A sugestão é para enquanto aguardar ansiosamente a sua vez de receber a vacina, aproveite o tempo para pensar intensamente na necessidade primordial de se reconectar com a graça da vida!
Foto de Leandra Cardoso @luacardosofotografia tirada no M.u.d.a.